A coral (Micrurus, Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius) são cobras de pequeno porte, facilmente reconhecidas por seu colorido vivo. Há corais peçonhentas (Micrurus) e não-peçonhentas (Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius), mas o reconhecimento é difícil podendo ser realizado pelo exame minuscioso da posição das presas ou qualidade dos desenhos "anéis". As cobras-coral existem na América do Sul, América Central e Sul dos Estados Unidos da América. É também conhecida pelos nomes cobra-coral-venenosa, coral-venenosa, coral-verdadeira, ibiboboca, ibiboca e ibioca.
As corais, além de serem muito visíveis devido às suas cores, não apresentam o comportamento de ataque como, por exemplo, as cascavéis. As presas das corais são pequenas e podem estar localizadas na porção anterior, dentição proteróglifa (Micrurus), como na porção posterior (Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius), dentição opistóglifa, da mandíbula, portanto elas não picam o mais apropriado seria dizer que mordem a caça para inocular a peçonha. As cobras-coral possuem uma peçonha de baixo peso molecular que se espalha pelo organismo da vítima de forma muito rápida. Pelas pequenas presas a coral necessita ficar "grudadas" para inocular a peçonha. A cobra-coral é tão peçonhenta quanto uma naja. A sua peçonha é neurotóxico, ou seja, atinge o sitema nervoso, causando dormência na área da picada, problemas respiratórios (diafragma), caimento das palpebras e pode matar a pessoa adulta em poucas horas. O tratamento é com o soro antielapídico intravenoso.
A coral verdadeira é identificada geralmente pela posição das presas ou pela quantidade e delineamento dos anéis. As peçonhentas de forma geral possuem um ou três anéis completos em volta do corpo e as não-peçonhentas possuem anéis apenas na parte dorsal, o ventre não possui os anéis caracteríscos.
A coral tem hábito noturno e vive sob folhas, galhos, pedras, buracos, ou dentro de troncos em decomposição. Para se defender, geralmente levanta a sua cauda, enganando o ameaçador com sua forte coloração, e este pensa que é a cabeça da cobra é foge para não ser atacado. As atividades diurnas estão ligadas às buscas para reprodução e à maior necessidade de aquecimento que as fêmeas grávidas apresentam. Após o acasalamento a fêmea posta de 3 a 18 ovos, que em condições propícias irão abrir após uns 90 dias. Dada a capacidade de armazenar os espermas do macho a fêmea pode realizar várias posturas antes de uma nova cópula.
Os acidentes ocorrem com pessoas que não tomam as devidas precauções ao transitar pelos locais que possuem serpentes. Ao se sentir acuada ou ser atacada a cobra-coral rapidamente contra-ataca, ou seja, recomenda-se o uso de botas de borracha cano alto, calça comprida, luvas de couro, e evitar colocar a mão em buracos, fendas, etc. A pessoa acidentada deve ser levada imediatamente ao médico ou posto de saúde, e se possível capturar a cobra ainda viva. Evitar que a pessoa se locomova ou faça esforços, para evitar que o veneno se espalhe mais rápido no corpo. Evitar técnicas como abrir a ferida para retirar o veneno, chupar o sangue, isolar a área atingida, fazer torniquetes, etc. O soro é a melhor opção.